PLAYLIST from ZENSOR
ZENSOR - 30 anos atrás… um programa de rádio de vanguarda !
Foi no final século
20 , entre início e meados da década 90 que o programa alternativo
de música eletrônica chamado ZENSOR existiu…
Eu não peguei todo
período de existência do programa, mas quando o descobri fiquei
viciado, pois naquele tempo não tinha internet e a informação das
coisas do mundo era muito difícil de obter. No tempo das fitas K7
que se gravava dos programas e depois você tocava nos bailinhos e
arrasava.
Eram muitos estilos e bandas que a maioria nem sabia o nome
,só com advento da internet descobri as coisas, o programa era
voltado mais para o EBM ,mas Minimal, Coldwave, synthpop, Darkwave,
Industrial,enfim estilos variados de musica eletrônica , hoje é
muito mais fácil identificar todos aqueles estilos novos, exóticos
e interessantes…
Deu na FOLHATEEN do jornal Folha de S.Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 !
“NOVO PROGRAMA DE
RÁDIO NA 97 FM.
É o "Zensor", veiculado aos domingos a partir das 21h30, com uma hora de duração. Ele apresenta novidades da música eletrônica, além de fitas demo de bandas e notícias para quem curte esse tipo de música. “
É o "Zensor", veiculado aos domingos a partir das 21h30, com uma hora de duração. Ele apresenta novidades da música eletrônica, além de fitas demo de bandas e notícias para quem curte esse tipo de música. “
A vida ativa do
ZENSOR foi de 03 de fevereiro de 1990 ate 27 de novembro de 1994, na
rádio 97,7 FM localizada inicialmente na Av. Gilda com Av. Pereira Barreto em
Santo André (SP),apesar de ser uma rádio voltada para o ROCK
,começou a dar espaço para o eletrônico,que posteriormente a
dominou nos tempos da DANCE MUSIC,( Poperô ) ,era as vezes
difícil sintonizar a rádio, mas estávamos preparados...
Aqui um post do
Luis Depeche que fazia parte do site Fiber Online (*1997+2010) que
infelizmente não tenho a referência, sobre o programa em seu
aniversário de 17 anos .
06/08/2007
"Zensor ganha
festa-tributo com show do Símbolo
por Luis Depeche
Uma das grandes
referências da música eletrônica e alternativa no Brasil no início
dos anos 90, o saudoso programa de rádio Zensor ganhará uma
festa-tributo neste sábado, dia 11/8, dentro do projeto Substance.
O programa surgiu há
17 anos e foi transmitido semanalmente durante 4 anos aos domingos
pela 97 FM, que até então tinha uma programação voltada
exclusivamente para o universo do rock. Criado, idealizado e
produzido pelos amigos Eneas Neto e Bola, o conteúdo do Zensor era
fruto da constante pesquisa musical de ambos. Enquanto Bola
contribuía com seu “background” mais “rocker”, com o foco no
underground e nas novas tendências, Eneas mostrava o lado mais
alternativo da produção eletrônica da época, sem deixar de lado
as bandas e projetos que inspiraram e continuam sendo referência no
processo de evolução do gênero.
Para muitos ouvintes
que até hoje não sabiam a origem do nome do programa, Eneas Neto
explica que “Zensor não remetia a nada inicialmente. Era sonoro e
achamos gravado num vinil do Sonic Youth. Mas sem perceber na hora,
tinha muito a ver com o que a gente produzia: um fanzine transmitido
numa rádio, sintonizando novas tendências musicais. O "Z"
veio do zine, e "ensor" de censor, objeto que capta e
transmite freqüências”.
“A resposta do
público foi aumentando e a parte eletrônica também, o que culminou
com a saída do Bola quando este criou o "Rough",
totalmente voltado ao experimentalismo e guitarras de todos os tipos.
Zensor ganhou a cara que virou sua marca registrada: impulsionar um
cena de música eletrônica alternativa que ficava a margem até
mesmo da emergente cena dançante das pistas”, elucida Eneas.
Até hoje o programa
é comentado, seja em rodas de amigos que presenciaram a evolução
do cenário eletrônico e alternativo do país como em blogs e fóruns
de discussão, graças ao advento da internet. Vale lembrar as
quantidades homéricas de fitas K-7 utilizadas para registrar os 4
anos de muitas entrevistas, raridades, promoções bacanas informação
e muita música boa.
A festa-tributo que
acontecerá no próximo sábado contará com o show do Símbolo,
projeto que marcou uma fase decisiva na transição da produção de
música eletrônica no Brasil, e também com discotecagens especiais.
Os CDs do Símbolo, que se encontram a venda na Fiber Shop, também
estarão a venda durante o evento."
Aqui uma gravação em fita de 1993.
Pitch Yarn of Matter em entrevista no programa Zensor.
A história do ZENSOR contado por seu criador
Mas nada mais preciso do que o relato do seu criador, coloco na íntegra o depoimento que garimpei nos arquivos do passado…Eneas Neto em seu blog em 2007 pelos 17 anos do ZENSOR!
“Há 17 anos
nascia o Zensor. Era um programa de rádio semanal transmitido pela
97 FM, uma rádio nova em Santo André (cidade do ABC paulista) que
tocava só rock na programação. Depois de várias participações
em programas da "casa", eu e o Ricardo Bola ganhamos uma
hora semanalmente pra tocar novidades da emergente cena alternativa.
Ambos eram DJs da "Boatinha" do Tênis Clube de Santo
André, um lugar clássico na noite paulista, e era natural que
novidades musicais fizessem parte de nossas vidas.
Enquanto o Bola gostava mais da parte experimental, do rock soturno e das guitarras, eu era mais voltado ao som eletrônico. O nome do programa, Zensor, não remetia a nada inicialmente. Era sonoro e achamos gravado num vinil do Sonic Youth. Mas sem perceber na hora, tinha muito a ver com o que a gente produzia: um fanzine transmitido numa rádio, sintonizando novas tendências musicais. O "Z" veio do zine, e "ensor" de sensor, objeto que capta e transmite freqüencias.
A resposta do público foi aumentando e a parte eletrônica também, o que culminou com a saída do Bola quando este criou o "Rough", totalmente voltado ao experimentalismo e guitarras de todos os tipos. Zensor ganhou a cara que virou sua marca registrada: impulsionar um cena de música eletrônica alternativa que ficava a margem até mesmo da emergente cena dançantes das pistas.
Pelo fato de cuidar de um selo de música eletrônica, a Cri Du Chat Disques, e fazer viagens constantes em busca de novidades para a minha loja de discos Muzik, o Zensor era abastecido semanalmente por muita música que não tinham veiculação no País. Não existia internet, as pessoas saiam para o clubes pra descobrir música nova, freqüentavam lojas de discos para trocar material e bater papo sobre o que estava acontecendo. Com isso, um programa de rádio com esse perfil conquistou um público fiel.
Foram 4 anos de muitas entrevistas, raridades, alguns deslizes, promoções bacanas, mudanças de planos econômicos que afetavam nossos bolsos (e dá-lhe fita cassete), mas fico feliz em saber que até hoje têm pessoas que comentam desse trabalho, sempre feito sem qualquer pretensão.
A festa que acontecerá no próximo sábado , talvez seja uma boa oportunidade de reviver um pouco isso tudo, ainda mais com o show do Simbolo.
Muitos me perguntam porque eu não falo um podcast do Zensor, já que hoje em dia seria muito fácil manter essa freqüência semanal. mas me questiono se há necessidade. Temos um rede internacional que permite que a gente tenha contato imediato com o que está acontecendo em qualquer lugar do planeta. As rede de P2P se encarregam da troca musical e excelentes rádios e comunidades online dão muito bem conta do recado. o que seria legal num podcast é a possibilidade de filtro. Isso sim é a água nesse deserto. Perceber o que é legal, dar sua visão dos fatos.
A questão é que musicalmente não estacionei com o final do Zensor. Absorvi muitas influências nessas últimas décadas e talvez aquele fiel público não perceba essas mudanças. Ter um programa para tocar o que já tocava não faz sentido, foge dos preceitos básicos que moviam o Zensor. Com certeza raridades de décadas passadas fariam parte, mas eu sempre olho pra frente. Agregar é ser inteligente e é o que me motiva a continuar ouvindo música. “
Enquanto o Bola gostava mais da parte experimental, do rock soturno e das guitarras, eu era mais voltado ao som eletrônico. O nome do programa, Zensor, não remetia a nada inicialmente. Era sonoro e achamos gravado num vinil do Sonic Youth. Mas sem perceber na hora, tinha muito a ver com o que a gente produzia: um fanzine transmitido numa rádio, sintonizando novas tendências musicais. O "Z" veio do zine, e "ensor" de sensor, objeto que capta e transmite freqüencias.
A resposta do público foi aumentando e a parte eletrônica também, o que culminou com a saída do Bola quando este criou o "Rough", totalmente voltado ao experimentalismo e guitarras de todos os tipos. Zensor ganhou a cara que virou sua marca registrada: impulsionar um cena de música eletrônica alternativa que ficava a margem até mesmo da emergente cena dançantes das pistas.
Pelo fato de cuidar de um selo de música eletrônica, a Cri Du Chat Disques, e fazer viagens constantes em busca de novidades para a minha loja de discos Muzik, o Zensor era abastecido semanalmente por muita música que não tinham veiculação no País. Não existia internet, as pessoas saiam para o clubes pra descobrir música nova, freqüentavam lojas de discos para trocar material e bater papo sobre o que estava acontecendo. Com isso, um programa de rádio com esse perfil conquistou um público fiel.
Foram 4 anos de muitas entrevistas, raridades, alguns deslizes, promoções bacanas, mudanças de planos econômicos que afetavam nossos bolsos (e dá-lhe fita cassete), mas fico feliz em saber que até hoje têm pessoas que comentam desse trabalho, sempre feito sem qualquer pretensão.
A festa que acontecerá no próximo sábado , talvez seja uma boa oportunidade de reviver um pouco isso tudo, ainda mais com o show do Simbolo.
Muitos me perguntam porque eu não falo um podcast do Zensor, já que hoje em dia seria muito fácil manter essa freqüência semanal. mas me questiono se há necessidade. Temos um rede internacional que permite que a gente tenha contato imediato com o que está acontecendo em qualquer lugar do planeta. As rede de P2P se encarregam da troca musical e excelentes rádios e comunidades online dão muito bem conta do recado. o que seria legal num podcast é a possibilidade de filtro. Isso sim é a água nesse deserto. Perceber o que é legal, dar sua visão dos fatos.
A questão é que musicalmente não estacionei com o final do Zensor. Absorvi muitas influências nessas últimas décadas e talvez aquele fiel público não perceba essas mudanças. Ter um programa para tocar o que já tocava não faz sentido, foge dos preceitos básicos que moviam o Zensor. Com certeza raridades de décadas passadas fariam parte, mas eu sempre olho pra frente. Agregar é ser inteligente e é o que me motiva a continuar ouvindo música. “
VALEU ZENSOR!
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